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Fratura Distal do Rádio
A fratura do terço distal do rádio é a mais comum do punho, geralmente ocorre em idosos após quedas, relacionada à osteoporose ou em crianças e adultos em traumas de maior energia. O tipo e a instabilidade da fratura guiam o tratamento, que pode ser cirúrgico ou conservador (sem cirurgia).
- Introdução
- Quais exames devem ser solicitados no caso de uma fratura distal do rádio?
- Como decidir se o melhor tratamento é cirúrgico ou conservador?
- Como é a cirurgia para a fratura do rádio distal?
- A importância da reabilitação durante o tratamento da fratura.
- Perguntas frequentes
Introdução:
Caso você ou algum familiar apresente dor intensa no punho após queda, trauma ou acidente, é importante a avaliação da mão e punho com brevidade (de preferência com especialista em ortopedia da mão). Se uma fratura for identificada, é muito importante imobilizar as articulações envolvidas para conseguir o controle de dor adequado para o conforto do paciente. Após estabilizar o quadro emergencial, podemos complementar a investigação com os exames necessários e estabelecer, em conjunto com o paciente e familiares, qual é tratamento mais adequado.
Quais exames devem ser solicitados no caso de uma fratura distal do rádio?
Para a avaliação inicial e para a grande maioria dos casos, realizar radiografias do punho em incidência anteroposterior (AP – “frente”) e perfil são suficientes para diagnóstico e para definir a conduta. Incidências adicionais podem ser realizadas para avaliar traços específicos ou para excluir lesões associadas.

Figura 1: Radiografias anteroposterior e perfil do punho evidenciando fratura do rádio distal.
Em casos de fraturas articulares, afundamento articular ou para visualizar os fragmentos com maior precisão, o exame de Tomografia Computadorizada (TC) pode ser indicado. Geralmente solicitamos este exame também para planejamento cirúrgico, quando necessário.
*Fratura oculta do rádio distal – Nem todo caso de fratura distal do rádio apresenta-se com dor intensa e deformidade do punho, é possível que uma queda simples, apoiando o punho no chão, cause uma fratura sem desvio no rádio distal que pode não ser vista em radiografias simples e até na TC. Neste caso, realizamos o exame de Ressonância Magnética (RNM) para identificar a fratura e, quando diagnosticada, recebe o nome de fratura oculta do rádio distal (O mesmo pode ocorrer com fraturas do escafoide). A dificuldade neste diagnóstico específico causa, muitas vezes, atraso no tratamento, então, não deixe passar muito tempo antes de procurar atendimento especializado!


Figura 2: Fratura oculta do rádio distal diagnosticada em exame de ressonância magnética.
Lembre-se que, após um trauma importante, não é normal continuar com dor para realizar movimentos do punho!
Como decidir se o melhor tratamento é cirúrgico ou conservador?
Alguns pontos devem ser considerados para decidir a melhor conduta e, após a avaliação minuciosa do caso e dos detalhes, riscos e benefícios da cirurgia, decidimos sempre em conjunto com o paciente e familiares o tratamento mais adequado.
Devemos considerar fatores da fratura, como, por exemplo, o grau de acometimento articular, alinhamento do punho e lesões associadas e fatores do paciente como, por exemplo, idade, doenças prévias e a demanda de atividades que exijam movimento do punho. Geralmente, ao término da avaliação, fica evidente qual a melhor conduta a ser seguida e, muitas vezes, após saber os fatores importantes, o paciente consegue entender qual o melhor tratamento.
Como é a cirurgia para a fratura do rádio distal?
A técnica mais adequada deve ser planejada individualmente para cada tipo de fratura e para cada paciente. Os passos importantes são: a via de acesso, a redução provisória (posicionar os fragmentos novamente reestabelecendo a anatomia) e fixação definitiva com implantes (placas, parafusos ou âncoras)

Figura 3: Radioscopia intraoperatória demonstrando fixação provisória de fratura com fios de kirshner

Figura 4: Radioscopia intraoperatória para checar resultado após fixação definitiva com placa bloqueada específica para o rádio distal.

Figura 5: Exemplo de fratura fixada com parafusos auto compressivos no rádio distal e escafoide (lesões associadas devem ser tratadas simultaneamente, se possível, na mesma cirurgia).
A importância da reabilitação durante o tratamento da fratura.
A reabilitação, após o tratamento da fratura distal do rádio, é tão importante quanto a cirurgia (ou tratamento conservador). É importante manter os dedos livres para realizar movimentos leves e manter a amplitude de movimento das articulações dos dedos durante o uso de órtese / tala / gesso e, assim que permitido pelo médico, deve-se começar a recuperação de amplitude de movimento do punho também, a fim de evitar rigidez articular.
A reabilitação deve ser coordenada por equipe profissional e, para casos graves, gosto de indicar a abordagem em conjunto de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.


Figura 6: Órtese antebraquio palmar removível para possibilitar movimento controlado do punho durante as primeiras semanas de pós operatório.
Perguntas frequentes:
Tive uma fratura no punho, foi tratada e ainda tenho dor.
Neste caso, é importante a avaliação do especialista para checar possíveis falhas na fixação ou reabilitação ainda incompleta. Na grande maioria dos casos, conseguimos otimizar a reabilitação, tratar a rigidez do punho e a dor do paciente sem necessidade de novas intervenções.
Tive um trauma no punho há algum tempo, nas radiografias realizadas em pronto socorro não foram visualizadas fraturas, mas continuo com dor.
Neste caso, é importantíssima a reavaliação e, em alguns casos, pode estar indicado o exame de ressonância magnética do punho para descartar fraturas ocultas.
Tive uma fratura, estou com imobilização no punho e sinto bastante dor e formigamento no punho e na mão, como se estivesse “apertado” demais.
Deve-se procurar avaliação imediata para descartar a possibilidade de síndrome compartimental aguda!